Em um período tão movimentado e cheio de posicionamentos controversos, o tema nos remete à necessidade de entender os reais motivos que nos aproximam ou nos afastam daqueles que dividem a experiência reencarnatória conosco.
Estudando a lei de reencarnação, deparamos com encontros e desencontros promovidos por nossas diversas viagens aos dois lados da vida. Ora encarnados e ora desencarnados, nem sempre é possível conviver com aqueles a quem mais nos afeiçoamos, muitas vezes convivemos com irmãos semelhantes a nós, com todas as dificuldades possíveis e imagináveis.
Como entender nossa dificuldade com quem divide a responsabilidade do lar conosco, com o filho de difícil trato, com o parente que está sempre de péssimo humor e com quem aparece em nosso convívio sem muita explicação? Afinal, para que o processo reencarnatório? Por que temos que passar por experiências cujo resultado não nos parece o melhor?
Kardec, em “O Livro dos Espíritos”, na questão 132, propõe esse tema à Espiritualidade Superior: Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos? “Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão”…
Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. IV itens 18-19, assim os Espíritos Superiores definem missão e expiação:
Missão: “No espaço, os espíritos formam grupos ou famílias entrelaçados pela afeição, simpatia e semelhança… A encarnação apenas momentaneamente os separa, porquanto, ao regressarem à erraticidade se reúnem… Muitas vezes até, uns seguem os outros na encarnação, vindo aqui reunir-se numa mesma família ou num mesmo círculo, a fim de trabalharem juntos pelo mútuo adiantamento… Os mais adiantados se esforçam por fazer os retardatários progredirem”.
Expiação: “Deus permite que nas famílias ocorram encarnações de espíritos antipáticos ou estranhos, com o duplo objetivo de servir de prova para uns e, para outros, de meio de progresso”.
E quais os caminhos para aproveitarmos a oportunidade reencarnatória e resolvermos as pendências enquanto estivermos no caminho? A resposta parece simples, mas requer muita resignação e firmeza em nossas ações. Ela foi apresentada pelo Médico das Almas, nosso Guia e Modelo: “Amarás o teu próximo, como a ti mesmo” – Jesus (Mateus, cap. XXII, vv. 39-40).
Então, meus irmãos, imaginemos que o próximo, a que se refere Jesus, é aquele que está ao alcance de nossas ações. Levantemos a bandeira da caridade e sigamos ao encontro daqueles que dividem a jornada conosco.
André Fernandes